9:30. Entro num posto dos Correios. Para além das duas funcionárias, já lá se encontram 3 outras pessoas, mas apenas uma é um cliente: o indivíduo que vai enviar um presente à namorada. As outras duas são uma habitué do posto - vou chamar-lhe "Zulmira" - naquela que é será provavelmente a sua primeira visita diária ao posto, que bombardeia o enamorado presenteador com todo o tipo de conselhos postais, perante o espanto e profunda admiração das duas funcionárias; o terceiro elemento, é, quiçá, mais um reformado, que se limita a assistir à cena num silêncio apenas cortado por comentários típicos de um deputado da AR, eleito por um qualquer distrito onde ainda não passou Cristo.
Sai o enamorado, com cara de quem relembra com saudade os tempos em que era livre de compromissos, ao mesmo tempo que entram as estrelas da peça: "Nanda", uma (não muito) obesa trintona, e "Auriazinha", a típica reformada.
A Nanda, que apesar de - ligeiramente, note-se - obesa, aparenta ser uma pessoa saudável, veio ao posto com o único intento de saber se "a greve" tinha chegado ali. As funcionárias respondem, dizendo que "a greve" é dos carteiros e não afecta os postos. Mais descansada, diz a Nanda: "Ah bom, sendo assim, logo à tarde passo por aqui para receber a reforma". Perplexidade. Nisto, avança logo a Auriazinha, cumprindo a sua função social de Divulgadora de Trivialidades: "Eles primeiro pagam aos malandros do Rendimento Mínimo".
Saí, consciente de que estamos no bom caminho.
quarta-feira, fevereiro 07, 2007
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1 comentário:
Eh! Pá, ainda não chegou, aqui, o postal! Será que se extraviou?
Boas entradas! Passo por aí, mais tarde, para levantar o "correio",
O Pombo-correio
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